A eterna implicância entre decoradores,
arquitetos e engenheiros. Quem é o melhor? Quem faz o que? Quem pode? Quem
sabe? ...essas são discussões muito regulares quando encontramos novos alunos que
escolheram esses cursos, porém o mais importante é que são profissionais que se
complementam e de igual importância em sua área de atuação.
Se boa moradia não fosse
essencial para o ser humano, continuaríamos vivendo em cavernas, mas não. Evoluímos, aprimoramos os gostos e adaptamos a tecnologia construtiva as necessidades de
cada um. Somos iguais em direito, mas não em preferências. Se alguém não gosta
de altura porque deve ser obrigada a morar em um apartamento alto se existe
outras opções. É disso que a vida é feita, de opções.
Apesar da errônea interpretação
do trabalho do decorador com o do arquiteto, que tem confundido a maioria das
pessoas que procuram tal serviço profissional, esclarecer é necessário.
Decoradores, são profissionais
dignos e respeitados em seu ramo de atuação, que possuem dom natural ou freqüentam
cursos técnicos ( que existem muitos e de excelente gabarito pelo pais) para
decorarem e ambientar espaços, de forma
a adaptar as preferências e necessidades de seus clientes, mas que NÃO são
arquitetos, nem de “interiores”. Muitos
assumem este titulo de forma incorreta, em vista que intitular-se “arquiteto de
interiores” sem ser, é uma postura enganosa e de falsidade ideológica.
Arquiteto é o profissional com
formação acadêmica específica e só após a conclusão do curso superior e inscrito
no conselho, pode exercer de forma plena a profissão.
Segundo a lei 5.194 de 25 de dezembro de 1966 e complementado pela
resolução 218 de 29 de junho de 1973 do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia, na área de edificações urbanas, engenheiro e arquiteto, tem as mesmas atribuições profissionais.
Há algum tempo atrás existia a
profissão Engenheiro – Arquiteto, hoje não é bem assim. No ramo de edificações,
tanto o engenheiro, quanto o arquiteto podem projetar, calcular e se
responsabilizar por projetos e obras. Apesar disso, na área acadêmica, existem diferenças
que focam o objetivo de cada profissional. O arquiteto dedica cerca de 3.500horas
para as cadeiras de projeto, arquitetônico e urbanístico enquanto o engenheiro
apenas 160 horas. Já no curso de engenharia, são aproximadamente 4.000 horas destinadas
a cálculos estruturais e resistência de matérias, enquanto na arquitetura são
apenas 500 horas. Essas diferenças dão ao arquiteto a autonomia de projetar com
tranqüilidade, e garantem ao engenheiro o “know-how” de calcular com segurança
projetos arquitetônicos icônicos que representam cidades e culturas, de importância
comercial como portos, aeroportos e rodovias.
O importante é que nenhum é
melhor ou mais inteligente que o outro, são profissionais que andam juntos, que
se complementam. Ninguém pode saber de tudo, não é verdade? Imagine o
pesadelo:
1. 1.Idealizar
2. 2.Projetar
3. 3.Calcular
4. 4.Executar
e e depois de tudo, ambientar...ufa!!!
Em algumas universidades, o curso de arquitetura está na categoria de humanas e não mais em exatas, já que na realidade, a profissão interpreta as necessidades e as atividades do ser humano mais claramente que a engenharia, entendendo que todas essas informações devem ser colhidas e estudadas antes da elaboração do projeto.
Porque não dividir as tarefas se temos gostos e preferências
diferentes. Não seria diferente na hora de escolhermos a profissão. Mas tal decisão não faz de ninguém melhor ou pior.
Erika Cysne
24.10.2011
24.10.2011
Parabéns pela iniciativa de apresentar com muita clareza e profissionalismo, alguns detalhes que muitas pessoas desconhecem.
ResponderExcluirSou seu fã!