Arquitetura Criativa


"Gentileza urbana, em muitos aspectos. Utilidades publicas, curiosidades e conversas sobre arquitetura e acessibilidade a cadeirantes ou pessoas com necessidades especiais, dicas de decoração que facilitam o dia a dia. Venha conferir, tirar duvidas sobre a necessidade de ambientes pensados especialmente para pessoas que tenham ou não necessidades especiais.

"Se o lugar não está pronto para receber TODAS as pessoas, o lugar é deficiente" Thais Frota - Arquiteta

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eterno impasse: exercício da profissão. Decoradores, Arquitetos e Engenheiros.


A eterna implicância entre decoradores, arquitetos e engenheiros. Quem é o melhor? Quem faz o que? Quem pode? Quem sabe? ...essas são discussões muito regulares quando encontramos novos alunos que escolheram esses cursos, porém o mais importante é que são profissionais que se complementam e de igual importância em sua área de atuação.

Se boa moradia não fosse essencial para o ser humano, continuaríamos vivendo em cavernas, mas não. Evoluímos, aprimoramos os gostos e adaptamos a tecnologia construtiva as necessidades de cada um. Somos iguais em direito, mas não em preferências. Se alguém não gosta de altura porque deve ser obrigada a morar em um apartamento alto se existe outras opções. É disso que a vida é feita, de opções.

Apesar da errônea interpretação do trabalho do decorador com o do arquiteto, que tem confundido a maioria das pessoas que procuram tal serviço profissional, esclarecer é necessário.

Decoradores, são profissionais dignos e respeitados em seu ramo de atuação, que possuem dom natural ou freqüentam cursos técnicos ( que existem muitos e de excelente gabarito pelo pais) para decorarem e ambientar espaços,  de forma a adaptar as preferências e necessidades de seus clientes, mas que NÃO são arquitetos, nem de “interiores”.  Muitos assumem este titulo de forma incorreta, em vista que intitular-se “arquiteto de interiores” sem ser, é uma postura enganosa e de falsidade ideológica.

Arquiteto é o profissional com formação acadêmica específica e só após a conclusão do curso superior e inscrito no conselho, pode exercer de forma plena a profissão.

Segundo a lei 5.194 de 25 de dezembro de 1966 e complementado pela resolução 218 de 29 de junho de 1973 do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, na área de edificações urbanas, engenheiro e arquiteto, tem as mesmas atribuições profissionais.

Há algum tempo atrás existia a profissão Engenheiro – Arquiteto, hoje não é bem assim. No ramo de edificações, tanto o engenheiro, quanto o arquiteto podem projetar, calcular e se responsabilizar por projetos e obras. Apesar disso, na área acadêmica, existem diferenças que focam o objetivo de cada profissional. O arquiteto dedica cerca de 3.500horas para as cadeiras de projeto, arquitetônico e urbanístico enquanto o engenheiro apenas 160 horas. Já no curso de engenharia, são aproximadamente 4.000 horas destinadas a cálculos estruturais e resistência de matérias, enquanto na arquitetura são apenas 500 horas. Essas diferenças dão ao arquiteto a autonomia de projetar com tranqüilidade, e garantem ao engenheiro o “know-how” de calcular com segurança projetos arquitetônicos icônicos que representam cidades e culturas, de importância comercial como portos, aeroportos e rodovias.
O importante é que nenhum é melhor ou mais inteligente que o outro, são profissionais que andam juntos, que se complementam.  Ninguém pode saber de tudo, não é verdade? Imagine o pesadelo:

1.      1.Idealizar
2.       2.Projetar
3.       3.Calcular
4.       4.Executar
e e depois de tudo, ambientar...ufa!!!

Em algumas universidades, o curso de arquitetura está na categoria de humanas e não mais em exatas, já que na realidade, a profissão interpreta as necessidades e as atividades do ser humano mais claramente que a engenharia, entendendo que todas essas informações devem ser colhidas e estudadas antes da elaboração do projeto.

Porque não dividir as tarefas se temos gostos e preferências diferentes. Não seria diferente na hora de escolhermos a profissão. Mas tal decisão não faz de ninguém melhor ou pior. 


Erika Cysne
24.10.2011


Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa de apresentar com muita clareza e profissionalismo, alguns detalhes que muitas pessoas desconhecem.
    Sou seu fã!

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